Notas do retiro com a Júlia nesse fim de semana (retiro sobre o masculino / interação com o feminino, etc)

Sinto que tiveram muitos mais assuntos abordados, muito mais notas podiam ter sido feitas. Há um espaço grande de lembrança e elaboração em cada item aí.

atração

  • não levar para o lado sexual
  • não bloquear a energia

O que fazer com essa energia?

  • deixar ela se espalhar pelo corpo, ver onde ela vai tocar

  • quando tocar, ver esse lugar, deixar a energia amadurecer

  • pode abrir uma emoção ou sabedoria

  • aprender a sentir. Suportar o que se está sentindo.

  • começa o progresso de deixar de ser menino e virar homem.

  • O homem tem a função com a mulher da estabilidade (experiência do silêncio)

  • mulheres não tem uma raiz

  • a vida é feita de prazer

  • quando se perde o prazer perde-se o contato com a energia vital

  • trabalho - por que precisa ser sobrecarregado/tenso?

  • há uma associação de prazer com a sexualidade, mas que não precisa ser direcionada para sexo.

  • ter desejo é bom. Transformar em diversos prazeres.

  • prazer não está condicionado ao órgão sexual

  • o Homem tende a tolhar o prazer porque está muito associado ao sexo.

  • o Homem odeia a Mulher por causa do que ela gera nele.

  • misoginia existe porque o homem não sabe lidar com o desejo sexual, acredita que o desejo sexual é sexo (isso é desejo de vida).

  • energia baixando porque castra o desejo sexual

  • desenvolver o sistema nervoso (pra aguentar as sensações, etc)

  • como olhar? Olhar e sentir, sem invasão

  • falta de sentido associada com castração sexual

  • desejo de virar monge - é genuíno ou vazio?

  • desejo de tocar o infinito, não necessariamente de ser monge.

  • astrologia: cabeça do dragão: mostra o caminho evolutivo. No meu caso: Leão: eu sou, eu tenho e é meu!!!

  • cauda do dragão: é muito confortável (ficar mofando). No meu caso: Aquário: diluição

  • Homem aprender a elevar a energia que a mulher gera nele

  • Homem tem uma submissão natural à energia da mulher

  • canalizar: ou devoção ou destruição

  • não é inferior à mulher (ilusão: ser inferior)

  • Mulher também precisa do Homem

  • A energia do Homem também é uma necessidade da Mulher

  • não tem a ver com sexo, mas com evolução

  • deixar a energia florescer e ser transformada em ação

  • homem precisa se submeter (à energia feminina?) e vice versa

  • ser pequeno não significa ser inferior, significa ser receptivo

  • hoje em dia as mulheres ficaram exigentes demais

  • mulher acha que o homem é descartável, mas ela também não está feliz nesse lugar. Há uma dificuldade maior (hoje) do Homem em se relacionar.

  • lidar com as sombras: o outro está me ensinando que tem lugares dentro de mim que não estão harmônicos

  • para o relacionamento ser evolutivo, tem que ter espaço para as sombras serem curadas (e não serem atuantes)

  • para a cura é necessária uma escuta amorosa

  • quando a gente tem uma dor profunda, a gente permite que aquilo brote para a cura

  • quando está a dois, a gente tem que ter uma escuta amorosa

  • não achar que existe emoção errada ou inapropriada. Existe emoção no lugar errado ou não amadurecida.

  • primeiro vem o encantamento.

  • intuição sempre conectada com nossa alma

  • alma é não humana: “se cagando” para apegos e medos

  • se dispor com a alma: se dispor a ser fênix

  • (meu) eu sou mais importante que os outros para mim

  • missão de vida: não é no lugar de conforto, é no lugar desconfortável que evolui

  • religiões: “padronizam” os caminhos…

experiência

  • samadhi espontâneo no olhar/apreciação da mulher (experiência de castração na infância)

outros

  • Lembrar do graal da monogamia sagrada.

Casamento e relacionamentos: reflexões (1)

  • Quando o relacionamento começa a repetir a história que papai e mamãe viveram, é muito forte a nossa reação, ou a gente quer ficar nesse lugar ou quer sair de todo jeito... sentimento muito forte mesmo.
  • Ninguém precisa casar ou se relacionar pra ficar bem. Acho que pra ficar bem, precisa fazer meditação/se cuidar, não se esquecer de si mesmo. E ter gratidão pela vida e pelas coisas da vida. Isso pra começar.
  • Eu pensei muito há tempos sobre a motivação ideal pra se buscar um relacionamento longo. Um pensamento que eu tinha era que não deve ser o amor a principal motivação (dá pra amar muita gente, não precisa morar junto pra amar). O amor é essencial mas não é suficiente.
  • Pensei que uma motivação, além do amor, é ter planos em conjunto, querer construir uma coisa juntos. Mas pelo que entendo agora, pode não ser suficiente também.
  • Duas coisas me chamaram a atenção nesses dias quando eu estava tendo essa reflexão:
    • A primeira é uma história de uma mulher que resolve ter um filho com o melhor amigo (no caso era gay). Me parece ser uma ideia interessante, os dois tem liberdade, companheirismo, moram juntos, ajudam um ao outro, e tem um grau grande de intimidade (nesse caso não sexual, mas o resto tem) e cumplicidade.
    • A segunda foi uma palestra do Caio Fábio, também falando da relação dele com a mulher dele, como ele escolheu ela porque ela é a melhor amiga dele. É uma pessoa que ele pode "dividir o silêncio" nas palavras dele.
  • Vale aquela lembrança que vem no yoga, na filosofia e na meditação. A gente não acessa o mundo diretamente, mas por uma casca ou armadura física e mental, e muitas vezes nos perdemos nos sintomas dessa casca. Por exemplo uma dorzinha no corpo, uma angústia ou ansiedade mental ou emocional, pode nos tirar do sério, se a gente não entender que isso não somos nós, não conseguir ver de fora essa situação.

engraçado como depois de uns dias a gente olha pros posts antigos e acha meio infantis, quase que tendo uma certa vergonha alheia. No caso a vergonha não é alheia, mas também não sou eu, é o cara que eu era há alguns dias atrás

fluxo

Quadrinho do André Dahmer sobre o viver e o morrer.
(quadrinho por André Dahmer)

Milhares de mensagens no zap, milhares de e-mails, centenas de contatos, combinados, trocas de ideias com centenas de pessoas.

Problema pra resolver de tudo quanto é tipo, tudo quanto é jeito.

A gente não vai se lembrar de quase nada daqui a 6 meses… daqui a 5 anos então…

Estamos aqui na Terra, nossos 20 aninhos, flor da idade… PUF… já são 40, cheio de cabelos brancos… PUF… amigos, entes queridos vão indo embora. Experiências legais, românticas etc ficam na memória. Juras eternas de amor são quebradas, jogadas no lixo, ressignificadas…

O mais provável é que em 100 anos depois da nossa morte nem do nosso nome vão lembrar.

E ficamos insistindo em nossas pequenezas, nossa mesquinhez, desejos do ego… Nossos pequenos apegos, medos. Não fazemos (ou fazemos) coisas pensando no que vão pensar de mim…

Mesmo os mais famosos, mais ricos desse mundo vão, mais cedo ou mais tarde passar pela morte. Também um dia ninguém mais lembrará deles. Mesmo assim continuam com seus propósitos egocentrados…

A Grande Invocação

Do ponto de Luz na mente de Deus, flua Luz à mente dos homens; que a Luz desça à Terra. Do ponto de Amor no coração de Deus, flua o Amor ao coração dos homens; que o Amor desça à Terra.

Do centro onde é conhecida a vontade de Deus, o propósito guie as pequenas vontades dos homens; o propósito que os Mestres conhecem e servem. Do centro a que chamamos gênero humano cumpra-se o plano de Amor e de Luz e que aprendamos a transcender todo o mal.

Que a Luz, o Amor e o Poder restabeleçam o Plano Divino sobre a Terra. Que as Forças da Luz iluminem a humanidade. Que o Espírito da Paz difunda-se por todo o mundo. Que o Espírito de Cooperação una todos os homens de boa vontade. Que o Poder Infinito abençoe o esforço dos que trabalham pela Fraternidade Universal, hoje e por toda eternidade.

Oṁ namo Narayaṇāya
Oṁ Tat Sat

constantemente tentando ganhar o jogo

Gasto uma quantidade absurda de esforço tentando ser um cara legal.

Essa é uma constatação que faço, quando, em uma conversa, eu consigo ver alguns sinais na expressão da pessoa, algum sinal de que está gostando do que está ouvindo. Meio que falo alguma coisa buscando um sorriso, um alivio ou algo semelhante.

É como se fosse uma estratégia, algo para quebrar o gelo, coisa assim.

Cheguei à conclusão que há um esforço sim. É um esforço super sutil, está fora da consciência na maioria dos momentos, e que chega a ser quase meu jeito natural de ser.

Faço vários estratagemas para que isso aconteça - essa aprovação - e se for ver bem a fundo muita coisa da minha vida foi feita pra ter isso (talvez a mancha dessa atitude esteja na quase totalidade das coisas que já fiz).

Eu estava lendo o conceito de “Louca Sabedoria” no livro do mestre Chögyam Trungpa. Esse conceito remete a um estado de ser completamente comprometido com a verdade (não qualquer verdade, a Verdade com V maiúsculo). Quando perguntado em que a loucura comum difere da Louca Sabedoria, ele diz:

No caso da loucura comum, estamos constantemente tentando ganhar o jogo. Podemos até mesmo tentar transformar a loucura em alguma espécie de credencial para seguirmos adiante. Podemos tentar magnetizar pessoas com paixão ou destruí-las com agressão, etc. Há um jogo constante acontecendo na mente. O jogo da mente - estratégias constantes acontecendo - pode nos dar algum tipo de alívio ocasional, mas esse alívio precisa ser mantido com uma agressão cada vez maior. Esse tipo de loucura tem que se sustentar o tempo todo, continuamente.

Agora, no meu caso, vejo muito claramente com as relações sociais.

Sendo uma pessoa

Estou pensando em colocar um espelho na minha frente, na minha escrivaninha de trabalho. Porque normalmente eu me esqueço que eu sou uma pessoa.

Explico: não é que eu não esteja ciente que eu sou uma pessoa. Não sou besta nem nada. Mas é porque eu não sou uma pessoa do jeito que as outras pessoas são, para mim, pessoas.

As outras pessoas eu consigo observar diretamente, consigo ver nos olhos, ver a cabeça delas. A minha experiência usual de mim mesmo não é nada disso. Eu preciso ter um instrumento artificial, um espelho por exemplo, pra criar uma abstração na minha mente, pra conseguir entender que eu sou uma pessoa igual às outras pessoas que eu vejo diretamente, com meus próprios olhos.

Isso aí é uma coisa muito óbvia, mas como eu já disse, às vezes eu me esqueço.

Quando eu olho no espelho do banheiro eu estufo o peito, coloco a barriga pra dentro, faço caras. Me lembro como uma pessoa “deve ser”, porque normalmente só o que eu tenho de mim mesmo é um mundo de sensações internas: membros que respondem à minha vontade, sensações físicas, pensamentos e emoções.

Tema para meditação.